Pr. Carlos Eduardo

Pr. Carlos Eduardo

sábado, 29 de agosto de 2009

Sobre a Síndrome de Jerusalém

SOBRE A SÍNDROME DE JERUSALÉM


Na quarta semana do mês de abril, a Revista ISTOË trouxe a apreciação dos brasileiros informação sobre uma manifestação psicótica denominada “Síndrome de Jerusalém”. Deu-se este nome a um conjunto de manifestações patológico-mentais marcadas por idéias religiosas obsessivas, experiências metafísicas ilusórias semelhantes a um surto psicótico com tema religioso.

O surto ganhou este nome dado que reiteradas vezes o mesmo ocorre por ocasião de visita do paciente à cidade santa.

É sabido que o fenômeno não é novo, já havia sido descrito na biografia de Margery Kempe e nos diários de Felix Fabri. Outros casos foram descritos em livros de visitantes à Jerusalém no Séc. XIX além de casos durante a idade média.

Um dos casos mais famosos de manifestação da “Síndrome” deu-se em 1969, quando o australiano Michael Rohan, sentindo-se imbuído de uma missão divina ateou fogo a mesquita de Al-Aqsa. No mesmo sentido e recentemente, mês de maio deste ano, um peregrino com os mesmos sintomas de “missão divina” quebrou várias costelas jogando-se de uma altura de quatro metros, na clínica onde buscavam tratá-lo.

O hospital psiquiátrico de Jerusalém tem registrado média de 200 casos ano, sendo que em média 40 destes exigem internamento. O tratamento via de regra é simples limitando-se ao afastamento do paciente da cidade e na aproximação do mesmo à família.

Os cristãos ligados a denominações protestantes são os que mais comumente desenvolvem a patologia. Para o médico Bar El, do Hospital Psiquiátrico Kfar Shaul e um dos primeiros estudiosos sobre o caso, isso acontece porque, diferentemente de outros, que têm tradições e rituais mais rígidos e um mediador, padre ou o rabino, os evangélicos vivem relação direta com Deus. “Se fortes agentes externos causadores de stress (como a visita a locais sagrados) são confrontados com agentes internos (como a fantasia) e, ainda por cima, a pessoa é vulnerável, isso desencadeia a crise”, afirma a psicoterapeuta Eni Peniche, do Rio de Janeiro.

As manifestações patológicas são marcadas por visões, revelações, até crença do paciente de “ser um herói da bíblia, de sua fé, ou personagem religioso da história”. Não é incomum que o acometido vista-se com lençóis e faça preleções públicas conclamando seus ouvintes à salvação.

O que se verificou na maioria dos casos é que o acometido da síndrome já possuía algum histórico de desequilíbrio ou anormalidade, porém não sendo descartada a hipótese de algum surto não precedido de qualquer outra anomalia. Seria cômico não fosse trágico, trata-se de uma patologia e que exige cuidados, atenção e em alguns casos internação.

Não é desprezível estarmos alertas, pois marcadamente as pessoas que manifestaram a doença têm como característica fundamental o “desequilíbrio”. Segundo se observa, este desequilíbrio é desencadeado pelo contato com os ares de Jerusalém, com suas ruas cheias de história, somado isto a realização de sonhos, expectativas alimentadas diuturnamente, convicções religiosas entranhadas e há muito cultivadas. Mas não é cada um destes elementos que de per si provocam a patologia, se assim o fosse a incidência seria muito maior e impossível seria que os casos fossem atendidos. Estes elementos via de regra somam-se a algum desequilíbrio espiritual, marcadamente alguma espécie de fanatismo religioso.

Isto desperta-nos para a realidade de que o cristão, ainda que filho de Deus, é um ser humano, e sujeito a tudo e de tudo que um ser humano pode ser. O cristão deve buscar em Deus os exercícios de sua fé, deve buscar na palavra de Deus os fundamentos de sua fé, mas não deve descuidar dos exercícios de seu intelecto que mantém a sua sanidade e no cuidado com seu corpo que é o templo de Deus. Não será jamais inválida a ordenação bíblica do crescimento na graça e no conhecimento, não somente pelo seu conteúdo objetivo como pela lição de equilíbrio que nos traz. O crescimento desordenado em qualquer área ou a ausência de crescimento em qualquer área pode desencadear desequilíbrio. Não é incomum pessoas que desequilibraram-se e foram traídas pela sua própria humanidade alçando níveis patológicos.

Que o Senhor Jesus nos dê sabedoria e que tenhamos coragem de enxergarmo-nos e a nossos irmão como seres humanos, necessitados de equilíbrio em toda nossa maneira de viver.



Pr. Carlos Eduardo N. Lourenço
Pastor pela CIEADEP
Ex-Diretor da Faculdade FACEL
Membro do Conselho Jurídico da CIEADEP
Superintendente de Educação Cristã das Assembléias de Deus em Curitiba
Professor de Antropologia, Direito e Metodologia da Pesquisa
Membro do Comitê Estadual da Bíblia - SBB
Advogado e Administrador Militante
Especialista em Direito Empresarial
Msd Filosofia PUC/PR
Servo do Deus Altíssimo

Cooperação

Salve amigos da Blogosfera:

Apenas para conhecimento, a UMADC SEDE cooperará com a UMADC TINGUI dia 19 de setembro.

Estaremos lá em um culto abençoado a convite do dirigente da igreja (Ev. Marcio Vinícius) com o coordenador da mocidade (Henrique Pesch) daquela congregação.

Favor agendar e estar conosco.

Abraço

Pr. Carlos Eduardo N. Lourenço
Pastor de Jovens da IEDC SEDE